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Uma amostragem de solo, feita de maneira correta, produz alguns resultados de análise que permitem planejar um cultivo mais eficiente e produtivo. Assim, nesse artigo vamos listar sete fatos resultantes ou que influenciam na amostragem de solo e que podem influenciar nos resultados da sua produção. Leia também o artigo Por que uma melhor amostragem de solo pode aumentar sua produção?

 

1 – Fertilidade

Após a coleta das amostras de solo, uma das análises de solo que pode ser realizada é a análise química do solo. Essa análise tem como objetivo indicar os nutrientes e as condições químicas disponíveis para as plantas, a fim de direcionar o manejo da adubação da forma mais positiva e sustentável possível, para que o máximo do potencial produtivo seja expresso. É nessa análise que se conhece os nutrientes disponíveis na área a receber o plantio, aqueles faltantes, bem como o teor de matéria orgânica no solo (outro fator importante para aumento da produtividade). Para saber como coletar uma amostragem de excelência, confira nosso infográfico com “7 dicas para se obter uma boa análise de solo”.

Para que a análise da fertilidade seja precisa, e assim a planta tenha disponibilidade de quantidades adequadas de nutrientes, a amostragem de solo deve ser realizada da forma mais adequada possível em relação ao tipo de cultivo a ser feito na área. O tipo de cultivo irá determinar a profundidade da amostragem de solo, pois para plantas que possuem raízes mais profundas, é necessária a realização de uma amostragem de solo nessa profundidade para saber se a raiz terá acesso aos nutrientes necessários.

 

2 – Matéria Orgânica

A matéria orgânica do solo é a principal reguladora da CTC (Capacidade de troca catiônica) deste. Portanto, sua determinação é fundamental para os cálculos das quantidades de fertilizantes a serem utilizados.

Além disso, a Matéria Orgânica, a partir das substância húmicas, mantém um solo bem estruturado e com uma distribuição equilibrada das partículas (areia, silte, argila), com o aparecimento de poros onde a água e o ar são armazenados, constituindo um meio ideal para o desenvolvimento do sistema radicular, e das plantas. A atividade microbiana na Matéria Orgânica do solo auxilia também em uma adequada disponibilização de nutrientes, bem como no equilíbrio da atividade do solo, evitando o aparecimento de pragas e doenças.

 

3 – Compactação

Em relação às raízes, um dos fatores de maior importância a ser analisado na amostragem de solo é a taxa de compactação do solo. Em um solo muito compactado a raiz não conseguirá penetrar até o nível adequado para o desenvolvimento da planta, diminuindo assim sua produção. Ao não atingir a profundidade adequada a raiz não conseguirá dar sustentação à planta, podendo ocasionar sua queda ou diminuição de seu tamanho, gerando perdas de produção. Além disso, a planta não terá acesso aos nutrientes necessários para atingir seu máximo potencial de desenvolvimento. Outro fator que a compactação atrapalha no desenvolvimento das plantas é dificultar a penetração da água, impossibilitando que as plantas obtenham a quantidade necessária para seu desenvolvimento. Por isso, uma análise correta da taxa de compactação do solo deve ser feita na amostragem de solo, para assim poder ser decidido qual manejo será realizado antes do plantio, evitando perdas de produção.

 

4 – Umidade

Determinar a umidade do solo é outro fator importante em uma correta amostragem de solo. Essa característica afeta não só a produção da planta, como também interfere na própria amostragem de solo. A umidade do solo no local determinará os tipos de equipamentos a serem utilizados na amostragem de solo, bem como demandará maiores cuidados com o equipamento utilizado. Em um solo com boa umidade, e não compactado, usar um trado de tubo vazado ou calador e a pá reta é mais adequado (ou a utilização de equipamentos automatizados). Em solos mais secos, será necessário utilizar um enxadão para que seja atingida uma profundidade adequada para a amostragem de solo. Se o equipamento utilizado for uma broca automática, em solos muito secos deve-se ter cuidado para não forçar o equipamento.

Em relação à taxa de umidade analisada, frequentemente, os nutrientes se tornam estratificados — ou em camadas — no perfil do solo. Isso pode afetar a disponibilidade dos nutrientes para a planta e diminuir sua produção, especialmente se as condições de umidade limitarem a atividade de raiz, em qualquer momento durante a estação de crescimento. Por exemplo, se os nutrientes se acumularem nas 3 a 4 polegadas superiores da zona da raiz e o solo secar no meio do verão, a planta pode ficar subnutrida devido à indisponibilidade de posição dos nutrientes. Isto é, o suprimento na verdade está lá, mas está inacessível às raízes devido à falta de umidade. Por isso, uma adequada amostragem de solo deve determinar a taxa de umidade do solo antes do plantio, bem como deve ser feita uma análise da umidade no decorrer do tempo de plantio.

 

5 – Variação espacial

Existem várias formas de se realizar a amostragem de solo em relação à variação espacial. A coleta pode ser feita de maneira aleatória, aleatória estratificada ou por amostragem em grid. Uma correta amostragem de solo também dependerá da forma de realização desta, cada tipo modificará a forma de interpretação dos resultados obtidos com a amostragem de solo, bem como determinará a forma de manejo na área.

Na amostragem aleatória, o campo é amostrado de forma aleatória, formando uma amostra composta, ou seja, haverá apenas uma amostra para toda a área. Esse tipo de amostragem é mais simples e não mostrará a variação espacial das características do solo. Em uma área onde a variação de fertilidade é baixa é o tipo de amostragem mais adequada.

Já na amostragem aleatória estratificada, divide-se o campo em zonas ou áreas de manejo com base em razões agronômicas, que pode ser a produtividade na área em safras anteriores. Dentro das zonas, as amostras são realizadas aleatoriamente (como na amostragem simples) e uma amostra composta é formada por zona de manejo. Assim, para cada zona haverá uma amostra, que com a correta identificação da área coletada (pela localização geográfica) mapeará a área demonstrando a variação dos nutrientes e outras características na área total em diferentes subáreas.

Na amostragem em grid, as amostras são realizadas em grid ou obedecendo um intervalo fixo de amostragem, tratando-se todas as células com base na amostra dessa mesma célula e usando algum método de interpolação para prever valores entre os pontos amostrais. A escolha de uma estratégia de amostragem depende também do nível de manejo e recursos para tratar a variabilidade existente. Esse tipo de amostragem é mais adequado em áreas em que a variabilidade das características do solo é desconhecida, bem como para produtores que possuam equipamentos para aplicação à taxa variável.

Uma correta escolha da forma de amostragem em relação às características da área levará tanto a um ganho de tempo na análise, como determinará um manejo mais adequado gerando ganhos de produção.

 

6 – Variação temporal

Além de uma análise em relação à área estudada, a amostragem de solo pode ser feita no tempo. Assim, os resultados obtidos podem indicar se o manejo escolhido produziu resultados durante o processo de produção, quanto tempo a aplicação de fertilizantes e corretivos levou para alterar a composição do solo, bem como a análise temporal permitirá comparar as safras anteriores com a atual. Assim, modificações no manejo serão feitas de maneira mais eficiente, auxiliando no aumento de produção.

 

7 – Análises complementares

Além de avaliar a taxa de nutrientes no solo, umidade, compactação e obter a variação espacial dessas características na área, uma correta análise de solo terá outras análises complementares que ajudarão no conhecimento do solo analisado,  assim ajudando a potencializar a produção na área. Uma dessas análises complementares pode ser a análise granulométrica do solo.

Essa análise determina a proporção de constituintes do solo (areia, silte, argila) que influenciam no seu correto uso e manejo, indicando: risco de erosão, disponibilidade de água para as plantas, o uso econômico de adubos, a mecanização adequada e qual a melhor cultura a ser implantada. Serve também como complemento da análise química, garantindo maior segurança para o diagnóstico e maiores ganhos de produção.

Assim, uma correta análise de solo é aquela que avalia os fatores essenciais para a produção das plantas, além de determinar esses fatores em relação à propriedade analisada, possibilitando um manejo correto e diferenciado a cada área, aumentando a eficiência e a produtividade.

Ficou com alguma dúvida, ou quer saber mais sobre os fatos da amostragem de solo que influenciam nos resultados da sua produção? Deixe seu comentário. Nós podemos ajudá-lo!