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A grande demanda atual tem exigido que o segmento agrícola, a cada dia, produza mais em um mesmo espaço, adotando culturas diferentes. E além do fato de o solo ser usado de forma racional,  é imprescindível que o meio ambiente não seja prejudicado.

Baseados em tecnologia, os produtores precisam alcançar os melhores resultados. Este é o grande desafio do agronegócio no Brasil. Quando potencializamos o ambiente produtivo, é possível obter êxito, como mostram os dados do CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil) sobre a cultura de soja.

 

Soja no Mundo

No contexto mundial, dentre as grandes culturas produtoras de grãos, a soja foi a que teve o maior percentual de crescimento de produção desde os anos 70. De 1970 a 2017, sua produção global cresceu 7,98 vezes, ou seja, passou de 44 para 351 megatoneladas). O crescimento da área global cultivada com soja também segue em ascensão, e na última década (2006/07 a 2017/18) cresceu 33,5%.

grandes produtores mundiais de soja (1960/2017 – Mt)

Grandes produtores mundiais de soja (1960/2017 – Mt) Fonte: Agrolink

 

Segundo dados do Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a estimativa mundial da safra de soja 2018/19 teve um leve aumento no 12º Levantamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).  De 360,1 milhões de toneladas, subiu para 360,6 milhões de toneladas. Esse volume segue recorde e supera em 5,5% a safra anterior.

 

Soja no Brasil

O Brasil está entre os grandes produtores mundiais de soja, junto com Estados Unidos e Argentina, e é o país que apresenta o maior potencial de expansão da área cultivada. Pode-se considerar que tenha capacidade de  multiplicar várias vezes a sua atual produção e suprir boa parte da esperada demanda adicional pelo produto.

No período 2018/19, a produção no país aumentou em 500 mil toneladas, para 117 milhões, reflexo do clima favorável do Rio Grande do Sul no estágio de enchimento e maturação de vagens. A safra de soja do mesmo período também foi revisada para cima.

Mas o que fazer para que essa cultura continue em franco crescimento?

 

Desafio da Soja (CESB)

Visando impulsionar a demanda crescente por alimentos e, principalmente, inspirar os sojicultores do Brasil, o CESB criou em 2008 o Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, que compartilha junto ao segmento, pesquisas, tecnologia, inovações e histórias de sucesso, para que seja possível alavancar a média de produção nacional. Ano a ano, os produtores têm conseguido aumentar esses patamares e, atualmente, alcançam 50 sacas por hectare.

Para que a ascensão seja constante, os produtores empregam diversificados manejos a fim de tornar o ambiente produtivo ainda mais favorável e, desta forma, aumentar a produtividade.

 

Como produtores obtiveram ótimos resultados com ambientes produtivos nos últimos 10 anos

Saiba como, nos 10 últimos anos, os campeões do Desafio da Soja CESB alcançaram ótimos resultados atomizando ambientes produtivos:

 

Desafio 2008/09

Produtividade: 82,8 sacas por hectare

Destaque: Manejo com capricho

A primeira edição do Desafio da Soja foi vencida por Claudio Lopes Nunes, de primavera do Leste (MT). O produtor empregou um manejo cuidadoso em todos os processos da lavoura, utilizando uma área fértil, com rotação de cultura consolidada, correta escolha do cultivar e semeadura em linha. Nunes fez um rigoroso controle de plantas daninhas, pragas e doenças, utilizou população de plantas recomendada e respeitou o período correto do manejo e das condições climáticas.

 

Desafio 2009/10

Produtividade: 108,4 sacas por hectare

Destaque: Plantio cruzado

Nesta edição, um marco histórico foi alcançado para o Brasil: a produção acima de 100 sacas de soja por hectare. Para aumentar a quantidade de plantas por hectare, o produtor Leandro Ricci, de Mamborê (PR), fez a semeadura em sentidos que se cruzam como um tabuleiro de xadrez, planejou a adubação de alta produtividade e programou a proteção de plantas diferenciadas  durante a cultura. A técnica deu tão certo que foi adotada por outros agricultores.

 

Desafio 2010/11

Produtividade: 100,6 sacas por hectare

Destaque: manejo impecável e plantio adensado

Roberto Pelizzaro, de Correntina (BA), local com solos arenosos, utilizou técnicas básicas de manejo. A novidade foi tratar as sementes envolvendo trichoderma,enraizador, nematicida, micronutriente e inoculante, obedecendo o correto período de plantio, utilizando sistema de plantio cruzado, manejo integrado de plantas daninhas, pragas e doenças. O manejo mecânico foi voltado para limpeza e regulagem de maquinário para aumentar a eficiência dos produtos aplicados e evitar perdas na colheita.

 

Desafio 2011/12

Produtividade: 108,7 sacas por hectare

Destaque: Perfil de solo e adensamento de plantas

Demétrio Guimarães Parreira, também de Correntina (BA), adotou o sistema de rotação de culturas, que levou a um elevado acúmulo de matéria orgânica na superfície do solo, corrigindo em profundidade o perfil de solo. O cultivar foi de ciclo tardio, sistema de plantio cruzado, dobro de população de plantas recomendada, controle do crescimento das plantas com regulador hormonal e manejo integrado de plantas daninhas, pragas e doenças, para manter a cultura sadia  até a maturidade fisiológica.

 

Desafio 2012/13

Produtividade: 110,5 sacas por hectare

Destaque: Perfil decisivo de solo

Hans Jan Groenwold, de Castro (PR), utilizou área com perfil de solo de alta qualidade física e química, associado a climas favoráveis, plantio na época recomendada, correto manejo para pragas e doenças e utilização de adubos orgânicos e minerais. A colheita também foi realizada no momento correto, utilizando colheitadeira regulada para evitar perdas.

 

Desafio 2013/14

Produtividade: 117,3 sacas por hectare

Destaque: Perfil de solo e espaçamento reduzido

Essa produtividade foi possível pois Alexandre Seitz, de Guarapuava (PR), utilizou um sistema de rotação de culturas para aumentar a matéria orgânica do solo, espaçamento de 22,5 cm entre linhas e baixa velocidade de plantio. Por meio da agricultura de precisão, efetuou aplicação de fertilizantes em taxa variável e adubação de base nitrogênio para ajudar no arranque inicial das plantas, além de protegê-las com manejo preventivo e colheita respeitando sua maturação fisiológica.

 

Desafio 2014/15

Produtividade: 141,5 sacas por hectare

Destaque: Diversificação técnica e genética

A marca inédita ultrapassada nessa edição foi conquistada por Wilson Hilgember, de Ponta Grossa (PR). A diversificação de culturas e correção de solo, já eram utilizadas há anos na área de produção. Foi adotado um material genético produtivo e compatível com o ambiente de produção e a semeadura realizada com plantadeira em baixa velocidade de plantio. Trabalhou o manejo para pragas e doenças e a colheita só foi realizada quando as plantas atingiram maturação.

 

Desafio 2015/16

Produtividade: 120,1 sacas por hectare

Destaque: Manejo de tecnologias

João Carlos da Cruz, de Buri (SP) atingiu o patamar utilizando o sistema utilizado de plantio direto e rotação de culturas consolidadas. Calagem e gessagem com frequência menor que três anos, fertilizantes de alta tecnologia e nitrogenado para melhor aproveitamento dos recursos naturais e desenvolvimento das plantas. O cultivar foi adaptado para a região, o período de plantio foi correto e a densidade populacional de plantas  recomendada. Utilizou manejo de plantas daninhas, pragas e doenças de modo estratégico, e bioestimulantes ao longo do ciclo de cultura, garantindo sua adaptação às variações climáticas e equilíbrio hormonal.

 

Desafio 2016/17

Produtividade: 149,1 sacas por hectare

Destaque: Perfil de solo

Marcos Seitz, de Guarapuava (PR), atingiu o maior patamar de produtividade, chegando a mais de 149 sacas por hectare. Sua estratégia foi selecionar uma área com perfil de solo de ótimas características físicas, químicas e biológicas, que foi construída durante anos com plantio direto, rotação de culturas, correções em profundidade e adubações. Seitz obedeceu períodos de semeadura, adotou baixa velocidade de plantio, adubação especial para potássio e magnésio e a defesa das plantas teve início precoce.

 

Desafio 2017/18

Produtividade: 127,01 sacas por hectare

Destaque: Histórico de manejo

Representando mais do que o dobro da média nacional de produção de soja em áreas comerciais, Gabriel Bonato, de Sarandi (RS), colheu 127 sacas por hectare. Esse ótimo resultado se deu devido a fatores climáticos e um excelente histórico de manejo. Apesar de Bonato fazer parte da segunda geração da família a cultivar soja, essa foi sua primeira participação no Desafio CESB.

 

E você, qual o seu desafio e o que você tem feito para tornar seu ambiente ainda mais produtivo? Deixe seu comentário!